Nome no país de origem: Lhasa Apso
Grupo 9: Cães de Companhia
País de origem: Tibet
Função Original: Companhia
Tamanho médio do macho: Alt(Cernelha): 25 cm, Peso: 7-9 kg
Tamanho médio da fêmea: Alt(Cernelha): 20-25 cm, Peso: 6-8Kg
Quando castrados, podem chegar a uns 10kg.
O Lhasa Apso é uma raça antiga, criada e reverenciada nas aldeias e mosteiros do Tibet. Era considerado um cão sagrado e sua história está entrelaçada com as crenças budistas, incluindo a crença na reencarnação. Dizia-se que as almas dos lamas entravam nos corpos sagrados dos cães após a morte, sendo então considerados sagrados pelos monges. Os lhasas também tinham um papel de cães de guarda do mosteiro, emitindo um alerta para os visitantes, dando assim origem ao seu nome nativo de Abso Seng Kye (Cão-Leão Sentinela que Late). É possível que o nome ocidental da raça derive de seu nome nativo, embora alguns acreditem que seja uma corruptela da palavra tibetana “Rapso”, que quer dizer “cabra” (uma referência ao seu pelo lanoso).
O Lhasa Apso é uma das muitas raças do Oriente que vieram para o Ocidente. Os primeiros lhasas chegaram à Grã-Bretanha no início de 1920 e logo estavam sendo exibidos em Londres. Quando a raça chegou à Inglaterra, era chamada de Lhasa Terrier, pois fora aceita no grupo dos terriers do AKC em 1935, mas foi depois transferida para o grupo de cães não esportivos em 1959. Estabeleceu-se uma distinção entre os Apsos e os Terriers e um clube da raça Lhasa Apso foi criado na Grã-Bretanha em 1933. Após um início lento, o Lhasa logo se tornou um querido cão de estimação.
O Lhasa Apso tem um temperamento forte, alegre, carinhoso, companheiro, teimoso e corajoso. Apesar de ser independente quando adulto é um cão que adora companhia de seu dono, está sempre ao redor, ficando sempre deitado próximo ao dono. Adora brincadeiras, sendo inclusive indicado para crianças (desde que criado desde filhote em companhia de crianças) por ser um companheiro, dócil e interage bastante com seu dono.
É um dos cães de companhia de pequeno porte mais indicado para apartamento. A raça, por ser independente e tranquila quando adulto, se adapta muito bem a ficar horas sem companhia. Já quando filhote costuma exigir maior atenção e companhia, pois gosta de explorar, morder objetos, brincar, receber carinho e atenção de seu dono o tempo todo.
É um cão desconfiado com estranhos e por isso é um bom cão de alarme. É importante sociabilizá-lo bem dos 4 meses a 1 ano para ser sociável com estranhos e com outros cães, caso contrário é possível que se torne agressivo e temperamental se for criado sem contato com outras pessoas e outros animais.
O Lhasa Apso é bastante higiênico, quando ensinado, faz suas necessidades apenas nos locais apropriados ou quando sai para passeio. A não ser quando fica bravo com seu dono e faz por desfeita, já que é um cão um tanto teimoso. Para evitar isso é importante uma boa educação baseada em adestramento.
A pelagem correta do Lhasa é lisa, longa e áspera, caindo junto ao corpo. Quando adultos a pelagem do lhasa se torna grossa e áspera, e a ausência de nós é uma característica elogiada. Porém, enquanto são filhotes e as vezes até os 2 anos, possuem excesso de pelo lanoso e fino, o que aumentam as chances de aparecerem nós na pelagem.
Os cuidados destinados à pelagem do Lhasa são a escovação e o banho. O ideal é realizar escovações diárias ou a cada 3 dias no máximo, para evitar nós, dar banhos a cada 10 ou 15 dias. Devemos ter cuidado especial na secagem dos pelos de modo a secar bem a raiz e assim prevenir dermatites e mau cheiro causado pela umidade. E antes do banho é importante desembaraçar o pelo. Uma vez molhado, fica muito difícil desatar os nós. Nunca deixe seu lhasa secar ao tempo/sol, exceto caso ele esteja com a pelagem bem curta.
A hérnia umbilical é muito comum em raças pequenas, mas na realidade não chega a ser um problema, pois em 90% dos casos, em que a hérnia é pequena (até 1cm de circunferência) nunca confere risco ao animal. Podendo viver tranquilamente a vida toda com ela, sem nenhuma necessidade de correção cirúrgica. Mas é muito comum, alguns veterinários recomendarem a correção, mesmo sendo apenas por estética.
A principal causa da hérnia umbilical, seria ligada ao parto, devido excesso de força feita pela mãe para cortar o cordão umbilical com os dentes. Essa tração pode causar um fechamento muscular inadequado. A hérnia no umbigo é uma saliência, parecida com uma “bolha”, que é lisa e macia e pode variar o tamanho. É na realidade um mau fechamento da camada muscular do abdômen que quando pequena, permite saída de gordura do abdômen que fica diretamente em contato com a pele, sem a proteção da musculatura. E em raros casos, quando a hérnia é muito grande e permite a saída de órgãos abdominais, como parte do intestino. Então, nestes casos, é realmente indicado a correção cirúrgica, sendo o único meio de tratamento.
Nos 15 anos de nossa criação, nunca tivemos nenhum caso de encarceramento de hérnia, que seria a complicação que ocorre quando um órgão fica preso nessa hérnia. Inclusive temos algumas matrizes com hérnia que tiveram tranquilamente suas ninhadas.
Concluindo, é um “problema” muito comum, que não é preocupante, já que na grande maioria das vezes não traz nenhum risco de vida ao animal e que pode ocorrer com qualquer filhote de raça pequena. Sendo indicado um acompanhamento em casos que a hérnia é grande e caso seja realizada uma castração, então recomendamos realizar juntamente a correção da hérnia.
Prolapso da Glândula da Terceira PálpebraO prolapso ou protrusão da glândula da terceira pálpebra, também é conhecida como “olho de cereja” é comum em várias raças caninas, sendo o Lhasa apso uma delas. A causa pode ser de origem congênita ou hereditária, está relacionada a diminuição de sustentabilidade dos ligamentos que unem a glândula ao globo ocular.
Caracteriza -se pela projeção da glândula lacrimal presente na terceira pálpebra, sobre a pálpebra e normalmente acompanhada por inflamação da glândula. Observa-se uma massa avermelhada no canto do olho, que pode ser unilateral ou bilateral e pode apresentar secreção ocular e a conjuntivite.
O tratamento da protrusão da glândula da terceira pálpebra é cirúrgico, o qual visa reposicionar a glândula no local de origem. É o procedimento mais indicado, porém existe a possibilidade da glândula se deslocar novamente, então alguns veterinários indicam a retirada da glândula prolapsada. Neste caso pode ocorrer o desenvolvimento de ceratoconjuntivite seca, sendo indicado tratamento continuo com colírio.
Concluindo, é um problema comum na raça, que normalmente ocorre em filhotes entre 3 meses a 1 ano, sendo assim é aconselhamos aguardar até 8 meses ou 1 ano para fazer a correção cirúrgica, pois dentro deste período pode ocorrer o prolapso em ambos os olhos, caso já tenha ocorrido em um deles. Mas sempre indicamos seguir a recomendação do veterinário que está acompanhando o filhote.
Problemas DermatológicosÉ comum nos perguntarem se a raça tem problemas dermatológicos. Felizmente em nossa criação nunca tivemos nenhum problema sério ou de origem congênita, ou hereditária. Eventualmente alguma dermatite causada por alergia a pulga ou alergia à tosa baixa.
Como mencionado nos cuidados com a pelagem, é importante realizar uma boa secagem, principalmente na raiz dos pelos, pois a umidade predispõe a infecções bacterianas e fúngicas, e isso ocorre em qualquer outra raça canina.
Em cães com pelagem longa, às vezes é necessário manter o banho semanal para uma boa manutenção da pelagem e para não se formarem nós. No entanto dar banho com intervalos menores que 10 dias pode retirar a proteção natural da pele e predispor a dermatite, então é importante hidratar a pele, realizando hidratação mensalmente na pelagem.
Convulsões ou EpilepsiaÉ uma complicação relativamente comum em cães. Algumas raças têm maior predisposição para as crises, principalmente por existir certa hereditariedade na doença, como o Poodle, Beagle, Yorkshire, Maltes e Lhasa Apso.
Existem várias causas para a convulsão e o diagnóstico só pode ser feito mediante análise e através da realização de exames. As possíveis causas são: epilepsia, ingestão de tóxicos, doenças infecciosas, tumores, traumas, estresse e doenças metabólicas (hepáticas, cardíacas, hipocalcemia, hipoglicemia, etc.).
Nos mais de 15 anos de nossa criação, tivemos retorno de 3 casos de convulsões que não sabemos ao certo se foram diagnosticadas como epilepsia. E nestes 3 casos os cães não tinham parentesco entre os pais, somente entre bisavôs. Dos Lhasas que ficaram em nossa criação desde o início, nenhum deles nunca apresentou convulsões e caso algum deles apresente, seria certamente retirado da criação para evitar a possibilidade de passar hereditariamente aos filhotes.
A convulsão em cães tem que ser tratada e, após o diagnóstico, são indicados medicamentos de uso contínuo ou até cessarem as convulsões. É preciso evitar as crises convulsivas e tratar a causa base, pois, em alguns casos, elas levam à morte. Por isso é importante obter o diagnóstico por meio de exames laboratoriais e de imagem.
Displasia Renal HereditáriaComo citam alguns veterinários, é uma doença que afeta a raça. Mas felizmente nunca tivemos nenhum caso constatado e nunca acompanhamos nenhum caso em filhote vendido para relatar. É importante e sempre recomendamos fazer exames anuais (ultrassonográficos e ex. sangue) em seu animal, pois assim as vezes constatamos doenças que nem percebemos que possa ter.